segunda-feira, novembro 13, 2006

Sem escolha

Confesso a minha tristeza com o resultado da última eleição. Não que eu tivesse alguma esperança de que o candidato tucano pudesse virar o jogo nos acréscimos do árbitro, mas fiquei com uma sensação amarga de impunidade na boca.
Apesar do meu velho pai achar que o novo governo, depois de tantos escândalos e investigações, tem boa chance de ser bom, não consigo botar fé e apostar as poucas fichas que tenho.
Fico com o certo medo da continuidade da coisa ruim, da perenização da desonestidade, da consolidação do "me dá a minha parte".

Também não sou ingênuo a ponto de acreditar que uma única eleição pudesse mudar tudo o que já de errado no país, mas caramba, umas quatro ou cinco até que poderiam fazer a diferença, não acham?
Experimentem deixar de eleger bandidos durante quatro ou cinco eleições para ver se a coisa não muda. Ou muda ou acaba, mas acho que essa segunda possibilidade é, no mínimo, improvável. Sempre existirão políticos assim como sempre existirão honestos e desonestos. É uma coisa intrínseca ao capitalismo e à sociedade de consumo.

Outra coisa que me deixa triste são as críticas baixas aos vencedores.
Chamar o Presidente de asno é quase como usar o mesmo insulto para todos os seus eleitores, o que é uma generalização igualmente asinina.
Criticá-lo, chamá-lo de incompetente, protestar e até votar no outro candidato são coisas plenamente aceitáveis, mas ofensas como essa me parecem altamente contra-producentes vindas de pessoas que vivem no Brasil e apoiam a Democracia.
Tudo bem que todos temos o direito de expressar a nossa opinião, mas seria muito mais útil fazer isso com respeito. Fica mais bonito.

Agora, se você mora na Suécia, se diz orgulhoso de suas "raízes européias" e coisas afins, aí tudo bem. Pode usar todas as ofensas conhecidas e até inventar algumas. Tudo é permitido.
Afinal de contas, sua responsabilidade para com o bem do país é zero, não é mesmo?
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